Sempre me questionei sobre o conceito de vida que estudamos nas aulas de biologia, que diz os seres vivos nascem, crescem, reproduzem e morrem. E se esse conceito for aplicado aos seres humanos então torna tudo o que vivemos um verdadeiro exercício de futilidade. Nós nascemos e á medida que crescemos vamos estudando, entramos no nível superior, nos formamos, conseguimos um emprego estável, arranjamos alguém com quem passar o resto da vida, casa-se, depois de um tempo tem-se um filho ou dois e continuamos trabalhando e trabalhando, trabalhando, trabalhando, acumulamos capital, acumulamos bens (eu sinceramente não sei pra que), até ficar prostrado na poltrona de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar. Pronto. Acabou. É só isso. Não sei se é por que o meu talento (ou o meu tormento) sempre foi ir de encontro ao senso comum, pois pra mim isso tudo é patético.
Pois bem, certa vez caminhava sozinho quando vi uma frase na blusa de um rapaz que ia alguns passos a minha frente, dizia mais ou menos assim: “Tudo o que fazemos para nós mesmos morre conosco, tudo que fazemos para os outros dura a eternidade”. Imediatamente pensei que esse deveria ser o conceito de realização pessoal, saber que podemos contribuir com algo para este mundo, fazer a diferença, algo de bom, que possa ser lembrado depois que partimos.
Acredito que ter sucesso na vida não tem nada haver com acumular riquezas materiais, e sim poder dormir tranqüilo à noite e ter a sensação de ter feito algo de bom durante o dia, se a riqueza do rico lhe tira o sono, ela torna-se sua desgraça. Afinal viver para si mesmo é como perseguir o vento, a felicidade só aparece para quem consegue parar e aproveitar a brisa.