Carta de amor N°4

Não finja surpresa Izabel, no fundo nós sabíamos que esse momento chegaria (kkkkkk). Fica fria e vem comigo 😀

Eu tenho uma lembrança muito marcada na minha memória e que de uma certa forma acho que é bastante representativa da nossa amizade. Ou pelo menos de como eu te vejo. Estávamos dando aula juntos no bachata day (eu não vou conseguir lembrar qual era o ano, é exigir demais da minha memória). Já no final da aula eu virei pra turma e falei algo como “Então gente, o meu objetivo com essa aula era esse…” aí botei uma música pro povo dançar… É claro que você não ia deixar isso passar. Izabel? Rum! Izabel não deixa macho nenhum levar o crédito por ela não. Quase que instantaneamente você me puxou de lado e disse algo como “Volte lá e diga que era o nosso objetivo, você não está dando aula só”. Hoje eu lembro disso e rio, mas ainda fico um pouco nervoso. Você não faz ideia Izabel, do quanto eu sou grato por esse puxão de orelha. Chamei a atenção da turma, corrigi a fala e pedi desculpas. Esse episódio mudou a minha relação com todas as parceiras de dança que tive desde então. Mas… esse não foi o meu único episódio que eu fui um boy hétero fazendo heterobabaquice contigo…

Você lembra daquele episódio do carro? Meu Deus… eu não vou nem falar o que foi porque eu morro de vergonha… kkkk Eu tava no seu carro pegando carona com você e falei um negócio que se eu ficar daqui até o fim da vida pedindo desculpas ainda não vai ser suficiente… Você passou o resto da viagem rindo de mim. Não comigo, mas de mim mesmo. Eu sem saber onde enfiar a cara. Ainda bem que a sua reação foi essa, você poderia perfeitamente ter mandado eu descer do carro que teria sido justo. Falando nisso, mais uma vez eu peço desculpas.

Recentemente eu e a Fabrícia encontramos você em algum bar que eu não lembro o nome agora. Vi você comentando com a Fabrícia que tinha achado incrível ver ela treinando zouk com a Amanda, seu olho brilhava de um jeito mágico. Você estava vibrando com aquela intensidade que só você tem. Vibrando pelas suas alunas estarem independentes, desenvolvendo-se na dança de forma independente. Acho que você nem percebeu, mas eu tava te olhando, impressionante como o mero ato de te observar me traz aprendizados e me inspira. 

Mesmo já tendo falhado tanto contigo, você ainda tá lá disposta a marcar uma mesa de bar, sentar, beber e conversar. É um privilégio enorme ser seu amigo. É um privilégio até levar um cagaço seu kkkk. Tenho me esforçado pra ser uma pessoa que não precise mais levar esses puxões de orelhas, mas se acontecer, por favor continue brigando comigo.

Sou eternamente grato pela sua amizade. Saiba que eu estou do seu lado em todas as lutas, contra o patriarcado, contra o machismo e contra as desigualdades sociais, raciais e de gênero. Conta comigo sempre.

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