2023

A retrospectiva é uma tradição aqui no blog. Como comecei o blog em 2018, esta é a sexta retrospectiva que escrevo. Caso queira, você pode acessar as outras retrospectivas clicando aqui. O foco dessas retrospectivas é o que eu consumi de mídia durante o ano. Em 2018, entrei em uma pira de registrar algumas informações sobre os meus padrões de consumo de mídia e comecei a divulgar os resultados disso na retrospectiva deste mesmo ano, além da tradicional planilha financeira, onde anoto os meus gastos. Continuei fazendo essas anotações no decorrer dos anos, o que gera algumas análises interessantes. Ao todo, são 4 planilhas:

• Assistidos 2022: nessa planilha eu anoto todos os filmes, desenhos e séries que assisti. Essa mesma planilha serviu também para controlar as coisas que eu queria ver, e conseguia assim fazer meio que uma meta do que eu queria consumir de conteúdo audiovisual;
• Jogos 2022: Título autoexplicativo. Aqui eu registrava tudo que estava jogando e tudo que tinha finalizado;
• Leituras 2022: Mais um título autoexplicativo. Nessa planilha eu registrei tudo que estava lendo e o que tinha lido;
• Podcasts 2022: Nessa planilha eu registrei todos os podcasts que ouvi. (caso você não saiba o que é podcast, é só clicar aqui para ir para um texto onde eu explico o que é).

Separei essas áreas em tópicos, caso você não se interesse por algum deles e quiser poupar tempo, sinta-se à vontade para pular para o próximo tópico.

ASSISTIDOS

Em 2023 eu assisti 20 filmes, 7 temporadas de séries animadas e 4 temporadas de séries live action. Dos filmes, o que mais me marcou foi Barbie, Oppenheimer e Quero Ser John Malkovich. Barbie e Oppenheimer dispensam comentários, os dois blockbusers foram lançados na mesma semana, possuem direções artísticas totalmente antagônicas e provavelmente vão arrastar várias premiações no Oscar. O lançamento simultâneo gerou diversos memes na época e o fenômeno midiático ficou conhecido como Barbenheimer.

A piada chegou em um nível tal que atualmente existe um projeto de um filme realmente chamado Barbenheimer, que conta a história de uma boneca cientista que quer construir uma bomba atômica.

Quero Ser John Malkovich é um filme de arte extremamente cabeçudo. Eu achei uma delícia, mas é um filme um tanto difícil de recomendar, é daquelas obras que você assiste mais para se desafiar intelectualmente do que para se divertir. Para quem consegue juntar as duas coisas e se divertir se desafiando intelectualmente é um prato cheio.

Caso você queira ver a lista completa de tudo que eu assisti em 2023 é só clicar aqui.

JOGOS

Em relação aos joguinhos de videogame, em 2023 eu finalizei 8 jogos. Foi o ano em que eu finalizei menos jogos desde que eu comecei a contar em 2018. Tão pouquinho que vou colocar logo a lista completa aqui mesmo:

• Kaze and the Wild Masks;
• Prodeus;
• God of War III  (2010);
• God of War (2018);
• Signalis;
• Atomic Heart;
• As Dusk Falls;
• Diablo IV.

Poucos jogos finalizados, mas todos aí são excelentes.

LEITURAS

Em 2023 eu li 8 livros e 23 quadrinhos. Dos livros o que mais me marcou de longe foi “Tudo é rio” da escritora Carla Madeira, a sensação que eu tenho lendo esse livro é que cada frase foi lapidada com precisão atômica. Se você abrir esse livro em qualquer página aleatória e ler qualquer parágrafo aleatório, é quase certo que o que você vai ler será extraordinário, mesmo que fora de contexto. 

Vou colocar aqui um trecinho só pra dar o gostinho:

O amor não é incondicional coisa nenhuma, tem suas fragilidades de matéria orgânica. Estraga, esgarça, rasga, inflama, acaba. E como acaba. É feito gente, depende do que vive

Carla Madeira

Nos quadrinhos, a coleção “Buda” de Osamu Tezuka fez demais a minha cabeça. Essa coleção está saindo pela ediora JBC e terá ao todo 8 volumes. 6 deles saíram ano passado, dos quais eu li 5 e já estou com o 6° volume em casa me esperando. A expectativa é que os dois últimos saiam no primeiro semestre de 2024. Esse mangá conta a história do buda Siddartha, desde o seu nascimento até alcançar a iluminação. Vou deixar aqui um vídeo excelente do canal Meteoro Brasil que fala sobre essa obra.

Caso você queira ver exatamente tudo que li em 2023, é só clicar aqui.

PODCASTS

Em 2023 eu ouvi 281 episódios de podcasts diferentes. Existem 3 podcasts que eu acompanho assiduamente atualmente:

• As Cunhãs, podcast produzido por 3 jornalistas daqui de Fortaleza que fazem comentários sobre a política local e um pouco da política nacional;
• Vértice, podcast sobre jogos produzido pelo site jogabilidade;
• Boa noite internet, podcast produzido pelo Cris Dias que é uma lenda da internet brasileira, daquelas figuras que começou a produzir conteúdo para internet quando ainda era “tudo mato”.

Dos que foram lançados em 2023 e são de temporada única, o podcast Projeto Humanos: O Caso Leandro Bossi é mais uma obra prima produzida por Ivan Mizanzuk. Cada vez mais Ivan se consolida como gênio do jornalismo investigativo e baluarte da podosfera brasileira.

Agora vamos finalmente a tabela comparativa do meu consumo de mídia:

	2018	2019	2020	2021	2022	2023
Filmes assistidos	53	47	48	50	31	20
Temporadas de séries assistidas (animação e live action)	10	4	16	28	25	11
Podcasts ouvidos	739	1083	526	242	524	281
Jogos finalizados	12	14	35	30	19	8
Livros lidos	4	10	5	6	2	8
Quadrinhos lidos	19	27	16	17	10	23

BLOG

Em 2023, o Barco Furado recebeu 1.866 visitantes e 3.174 visualizações. Foi o ano com maior número de visitantes desde o início do blog, embora não tenha sido o ano com maior número de visualizações. O texto mais lido em 2023 foi Oração para Lúcifer, com 827 visualizações. O segundo mais lido foi Transando com um deus no reggae da sabiaguaba, com 94 visualizações. Por fim, o terceiro texto mais lido do blog foi Epitáfio, com 69 visualizações.

	2018	2019	2020	2021	2022	2023
Visitantes	1139	1308	1015	1541	1666	1866
Visualzações	2552	2662	2111	3426	2862	3174

2023

Em 2023 eu passei por um término de relacionamento, perdi minha vó materna, assumi um cargo novo no Cenro Cultural Bom Jardim, entrei no curso técnico em música e tirei a carteira de motorista nas categorias A e B. Conheci a Ariane no forró de aniversário da dona Ana, mãe do Henrique (beijo Aninha! Beijo Henrique!), nos apaixonamos e hoje estamos namorando (beijo moh!).

Posso dizer com segurança que em 2023 eu finalmente consegui sair do buraco que o período pandêmico me enfiou, o suficiente para que eu me desse alta da terapia. Talvez você se assuste com a ideia de se dar alta da terapia, então terminarei esse texto contanto essa história.

Minha primeira experiência com terapia foi em 2015. Fiz um ano de terapia na clínica escola da UFC. Os alunos que estão concluindo o curso de psicologia precisam cumprir uma certa carga horária na clínica para poderem se formar, o atendimento é gratuito e muito bom, mas exatamente por esses motivos tem uma fila de espera gigantesca. Comecei em fevereiro e fui até dezembro mais ou menos. A pessoa que me atendia iria se formar e me avisou que iria passar meu atendimento para outra pessoa, mas eu não quis começar o processo de novo com outra pessoa e resolvi encerrar ali.

Retornei à terapia em 2021, pelo plano de saúde. No dia da primeira sessão o meu pai já estava na UTI. Não me adaptei à terapia pelo plano, percebi muitas diferenças comparando com a última vez que tinha feito em 2015. Começando pelo tempo, na UFC a sessão durava 50 minutos e pelo plano durava 30 minutos, entre outras diferenças. Descobri que essas diferenças eram na verdade a diferença entre o atendimento particular e pelo plano de saúde, insisti um pouco mas realmente não deu pra mim.

Mais ou menos em julho de 2022 eu comecei novamente o processo da terapia, dessa vez com atendimento particular com a Ruth Arielle, dentro da abordagem da psicanálise. A terapia foi a corda que me tirou do buraco psíquico que a pandemia me jogou. Na minha mitologia pessoal, Ruth foi algo parecido com um anjo da guarda. Quando finalmente senti que havia saído desse buraco, senti a necessidade de me afastar tudo que caracterizava o período pandêmico, incluindo a própria terapia. Como se, agora fora do buraco, precisasse jogar fora a própria corda, para não correr o risco de descer de novo. E foi isso que fiz.