Afrodite

Texto de Van Demberg

Edição de Jaiana Meira

Ela passava sobre as ruas com seu cabelo escuro, tinha poder, tinha força, era leve, mas sua pisada balançava a terra, era tímida, mas seu olhar provocava timidez nos que a olhavam. Discreta, mas nunca passava despercebida. Tinha o desejo de todos que a olhavam, tinha a repulsa daqueles que tinham medo do amor e dos seus desejos mais secretos. Afrodite, que não sabia a força que tinha, continuava na solidão. Era dona do amor, mas tinha medo de vivê-lo, pois a sua intensidade e força, não lhe permitia amores leves e descomplicados. Atraia sempre Martes, homens intensos, cheios de força, cavaleiros de grandes guerras. Ela podia tentar mostrar todo o seu amor, mas sempre saía perdendo pois esses guerreiros enfrentavam tudo, menos o amor absoluto. Eles tinham medo dela, medo do seu amor, medo de cair da pose que eles tinham construído. Afrodite sempre se permitiu a secundariedade no amor, ajudava pessoas apaixonadas, ajudava casais com toda devoção, sempre achou o amor um objeto, apesar de não ter vivido ele plenamente. Afrodite continua caminhando sozinha, rindo e achando lindo casais que arriscaram destruir certos traços de suas individualidades para abrigarem a dos outros. Ela é dona do amor, apesar de nunca ter sentido todo o êxtase do amor correspondido. Afrodite espalha amor na esperança de encontrar o Marciano que não tenha medo do sentimento mais puro e aterrorizante para deuses e humanos, o amor! Afrodite.

Van Demberg
Fada Sensata
Licenciando em Dança na
Universidade Federal do Ceará

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